Câncer Infantojuvenil: tipos, tratamento e cuidados paliativos

Dia 15 de fevereiro é a data que simboliza a Campanha Global que visa conscientizar sobre o câncer em crianças e adolescentes, assim como expressar apoio e solidariedade aos familiares envolvidos nessa grande batalha.

 

Segundo o Ministério da Saúde, em nível mundial, mais de 300 mil crianças (0 a 19 anos) são diagnosticadas com câncer por ano e a cada 3 minutos uma criança vem a óbito em decorrência da doença. O INCA (Instituto Nacional do Câncer) reforça esse cenário de alerta informando que o câncer já representa a primeira causa de óbito entre essa população no Brasil (8% do total). É, de fato, uma situação que gera preocupação em todo o mundo.

 

Os principais tumores sólidos encontrados nessa faixa etária, são:

Hepatoblastoma:
Região afetada: fígado.
Perfil majoritário: sexo masculino, até 3 anos.
Informações relevantes: Graças a métodos de imagem avançados e técnicas cirúrgicas sofisticadas (incluindo o transplante hepático e o uso eficiente de regimes de quimioterapia) as taxas de cura para esse tipo de câncer é de 70% a 80%.

 

Neuroblastoma:
Região afetada: glândulas adrenais (parte superior do rim), região paravertebral.
Perfil majoritário: crianças até os 10 anos de idade, incluindo os recém nascidos e os lactentes.
Informações relevantes: No primeiro caso aqui mencionado de incidência, a principal característica é o aumento do abdome; já no segundo exemplo, pode causar fraquezas em membros. Outras percepções em torno do diagnóstico da neoplasia envolve emagrecimento, irritabilidade, palidez, febre e dor óssea.

 

Osteossarcoma:
Região afetada: ossos longos em região de metáfise (fêmures, tíbias, região proximal de úmero).
Perfil Majoritário: sexo masculino, 10 a 19 anos.
Informações relevantes: Pela incidência ser maior nas pernas, alteração no caminhar é o principal sintoma observado. No caso de doenças metastáticas, os principais sítios são para o pulmão e depois para os ossos.

 

Rabdomiosarcoma
Região afetada: cabeça, pescoço, sistema urinário e extremidades. Perfil Majoritário: sexo masculinos, negros, até 5 anos.
Informações relevantes: No caso de metástase pode ser encontrado no pulmão, na medula óssea, no linfonodo e nos ossos.

 

Retinoblastoma
Região afetada: olhos, visão.
Perfil Majoritário: até 5 anos.
Informações relevantes: A característica principal da manifestação desse tipo de câncer é um reflexo brilhante no olho doente. As crianças podem ainda apresentar algum grau de estrabismo, ter dor ou inchaço nos olhos ou ainda perder a visão.

 

Sarcoma de Ewing
Região afetada: ossos ou partes moles (músculos e cartilagens).
Perfil Majoritário: meninos e jovens homens, com pico de incidência aos 15 anos.
Informações relevantes: Pacientes com a doença em forma localizada, apresentam taxa de sobrevida de 70% a 80%. Já quando há metástase, esse percentual cai para 30%.

 

Tumor de Wilms
Região afetada: rins, podendo afetar os dois, de forma simultânea.
Perfil Majoritário: menos frequente em crianças maiores e crianças-jovens.
Informações relevantes: Em caso de metástase, os órgãos afetados podem ser pulmão, fígado, cérebro, ossos e linfonodos.

 

Tumores de células germinativas
Região afetada: Podem ocorrer dentro das gônadas (ovários ou testículos), denominados gonadais, podem ocorrer fora das gônadas, denominados extragonadais sacrococcígeo, retroperitôneo, mediastino e sistema nervoso central).
Perfil Majoritário: ambos os sexos, sendo a maior incidência dos 15 aos 19 anos.
Informações relevantes: Pacientes com doença maligna localizada têm entre 80 e 90% de sobrevida.
Tumores do sistema nervoso central
Região afetada: cérebro
Perfil Majoritário: pico de incidência de 1 a 4 anos.
Informações relevantes: Como sintomas são relatadas dor de cabeça persistentes, vômitos, visão alterada, dificuldade para andar, crise convulsiva, perda dos marcos de desenvolvimento.

 

 

De um modo geral, o tratamento dos mais diversos tipos de cânceres em crianças e adolescentes são semelhantes ao de um adulto, que envolvem as principais modalidades terapêuticas como quimioterapia, radioterapia e cirurgia.

Nos últimos 25 anos, a prática de combinação das modalidades possíveis como plano de ataque a neoplasia e todo o seu quadro, vem resultando em aumento de sobrevida significativo para essa população.

Apesar da oncologia pediátrica ser uma especialidade que busca não somente a cura, mas também minimizar as sequelas decorrentes do tratamento, infelizmente nem todas irão sobreviver. Desse modo, os cuidados paliativos deverão estar presentes desde o diagnóstico até o desfecho da doença, além de acompanhar e auxiliar os familiares no processo de luto.

Os cuidados paliativos pediátricos foram definidos em 1998 como a assistência prestada à criança com doença crônica e/ou ameaçadora da vida. Devem ser iniciados no diagnóstico, independentemente do tratamento da doença de base. Tais cuidados envolvem a equipe multiprofissional e dão suporte físico (controle de sintomas) emocional, espiritual e social à criança, atendendo também às necessidades da família.

O Ministério da Saúde recomenda que o tratamento oncológico infantil seja realizado em Serviço de Saúde habilitado como Unidade ou Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon e Cacon), ambos com serviço de oncologia pediátrica. É importante ressaltar que os serviços habilitados devem ser capazes de realizar a confirmação diagnóstica do câncer nas crianças e nos adolescentes.

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