A importância da vacina bivalente como dose de reforço em grupos prioritários

Foto: Giuliano Gomes/PR
Começou no último dia 27 de fevereiro a nova Campanha de Vacinação que inclui as vacinas bivalentes contra a COVID-19. Elas serão aplicadas como estratégia de reforço em grupos prioritários, ou seja, a pessoa deverá ter, necessariamente, a aplicação de 2 doses da vacina monovalente anteriormente.
Esse novo tipo de vacina conta com cepas atualizadas contra o coronavírus, incluindo a proteção contra a variante Ômicron. São dois tipos de vacinas deste tipo:
BIVALENTE BA.1 - protege contra a variante original e também contra a variante Ômicron BA.1;
BIVALENTE BA.4/BA.5 - protege contra a variante original e também contra a variante Ômicron BA.4/BA.5.
As vacinas bivalentes são identificadas por tampa na cor cinza. Cada frasco possui 6 doses e não pode ser diluído. A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aponta que as doses devem ser aplicadas a partir de 3 meses após a série primária de vacina ou reforço anterior. As doses têm prazo de validade de 18 meses, quando estocadas de -80°C a -60°C ou de -90°C a -60°C. Quando armazenadas em geladeira, precisam de temperatura entre 2°C e 8°C, por um único período de até 10 semanas. Para temperaturas entre 8°C até 30°C, o prazo máximo a ser respeitado é de 12 horas. No caso do frasco aberto, o prazo de 12 horas também deve ser o limite, em temperatura de 2°C e 25°C (sendo o mais adequado de 2°C e 8°C).
Segundo a Pfizer, fabricante do imunizante, a finalidade do reforço com essa vacina bivalente de RNA mensageiro é conferir uma maior proteção frente as variantes Ômicron, definidas pela própria OMS (Organização Mundial da Saúde) como variantes de preocupação. Dados divulgados ainda em novembro do ano passado pela empresa demonstram que o resultado do ensaio clínico de fases 2 e 3 conferiram uma resposta imune neutralizante robusta um mês após uma dose de reforço da vacina bivalente. A imunidade gerada foi acompanhada de um perfil de segurança e tolerabilidade semelhante entre as duas vacinas.
Um subconjunto de indivíduos, uniformemente estratificados entre aqueles que tinham evidência de infecção prévia pelo SARS-CoV-2 e aqueles que não tinham, foi selecionado para idades de 18 a 55 anos e acima de 55 anos. Para comparação, foi selecionado aleatoriamente um grupo de participantes com mais de 55 anos que receberam uma dose de reforço da vacina original em estudos anteriores.
Os participantes que receberam a vacina bivalente tiveram sua dose de reforço anterior aproximadamente 10 a 11 meses antes, enquanto aqueles que receberam a vacina original tiveram sua dose de reforço anterior aproximadamente 7 meses antes. Apesar dessa diferença, os títulos de anticorpos pré-reforço foram semelhantes para ambos, segundo a Pfizer.
Entre a população geral do estudo que recebeu a vacina bivalente adaptada, houve um aumento substancialmente maior nos títulos de anticorpos neutralizantes contra as sublinhagens Ômicron em comparação com os níveis pré-reforço. Por outro lado, os participantes com mais de 55 anos de idade que receberam uma dose de reforço da vacina original tiveram uma resposta de anticorpos neutralizantes mais baixa contra as sublinhagens BA.4 e BA.5, medida um mês após o reforço.