Telessaúde sob a visão do usuário

A telessaúde ganhou enorme projeção no Brasil nos últimos meses. A pandemia da COVID-19 impulsionou mudanças em modelos assistenciais para promover assistência e informação à população de forma segura, mantendo as estratégias de isolamento social. Assim, as pessoas passaram a ter mais acesso a aplicativos de saúde, a teleconsultas com profissionais de saúde, a monitoramento por mensagens de texto e ligações telefonicas e até a lives de médicos e enfermeiros com orientações sobre prevenção de doenças e tratamentos.

O mundo não será o mesmo após a pandemia... Ouvimos essa frase o tempo todo, mas acredito que ainda não tenhamos com clareza a dimensão dessa mudança. As pessoas aprenderam a se relacionar de outras formas, passaram a utilizar outras estratégias para as compras e passaram a cuidar de sua saúde de outros modos.

A telemedicina foi liberada no Brasil no contexto da pandemia e muitos pacientes já se beneficiaram da estratégia. Antes dessa liberação já utilizávamos estratégias de telessaúde para abordar os pacientes e isso se intensificou nos últimos meses. Através da plataforma EuSaúde já realizamos quase 100.000 atendimentos nos últimos 90 dias e fizemos uma pesquisa com os usuários para avaliar a percepção deles sobre a telessaúde.

A primeira pergunta foi : “Você acredita que a telessaúde (acompanhamento de sua condição de saúde por profissionais de saúde através de uma plataforma online) pode sem importante para evitar a sua contaminação pelo novo coronavírus?”. Mais de 97% dos entrevistados responderam que sim, reforçando a crença de que a telessaúde é uma importante estratégia para minimizar a transmissão do novo coronavírus em serviços de saúde.

A segunda pergunta estava relacioda à utilização das ferramentas de telessaúde: “Você utilizou algum meio de comunicação virtual (internet ou telefone) para acessar um profissional de saúde durante a pandemia do novo coronavírus?”. 94,35% das pessoas responderam que SIM! Apesar de muitas pessoas não estarem familirizadas com a telessaúde, a imensa maioria utilizou alguma ferramenta para acessar virtualmente um profissional de saúde.

Um grande receio das pessoas com a telessaúde é a falta do toque, do acolhimento. Pensando nisso, a seguinte pergunta foi feita: “Você se sente acolhido quando precisa recorrer a um atendimento por profissionais de saúde pela internet?”. Para nossa surpresa, mais de 90% das pessoas responderam que sim, se sentem acolhidas no atendimento virtual. Complementarmente a esse questionamento, avaliamos a percepção de segurança das pessoas, mas 89,86% delas responderam SIM quando questionadas com a seguinte pergunta: “Você se sente seguro ao ser atendido por médicos ou enfermeiros pela internet através de uma plataforma de saúde?”.

A telessaúde é uma estratégia complementar às práticas assistenciais tradicionais e, obviamente, ela não substitui os demais tipos de assistência em saúde. Cabe destacar que é essencial que haja sempre profissionais qualificados para assistirem os pacientes virtualmente para que tudo transcorra com segurança e eficiência. Nesse contexto, o questionário tinha a seguinte pergunta: “Você deixou de ir a alguma unidade de saúde (Pronto Socorro, clínica ou hospital) porque conseguiu ser atendido por meio da telessaúde (telefone ou internet)?” e observamos que pouco mais de 76% dos pacientes responderam que SIM, evidenciando que a telessaúde pode ter alta resolutividade.

Por fim, os pacientes foram interrogados sobre a percepção da telessaúde em outros contextos através da pergunta “Você gostaria de ter outras condições de saúde (pressão alta, diabetes, depressão, etc) monitoradas por uma equipe de profissionais de saúde através da internet?” e 70,29% dos pacientes responderam que sim, o que evidencia que conseguem vislumbrar a possibilidade da telessaúde atuar em outros contextos além da pandemia de COVID-19.

A análise desse questionário mostra que a telessaúde é uma importante ferramenta de assistência e promoção de acesso à saúde e que já é percebida e bem avaliada pela imensa maioria das pessoas entrevistadas. O futuro já chegou! O acesso à saúde nunca mais será o mesmo!

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