Vacina promissora contra a dengue é aprovada pela ANVISA

Foi aprovado na semana passada (02/03) pela Anvisa o registro de uma nova vacina para prevenção da dengue. É a segunda com registro no Brasil, sendo seu principal diferencial a abrangência do público contemplado - de 4 a 60 anos de idade.

Esse imunizante anterior, aprovado em 2015 e produzido pela Sanofi, era recomendado somente para quem já havia contraído a doença e em um público de 9 a 45 anos de idade. Além disso, seriam necessárias aplicações de 3 doses para conferir imunidade satisfatória.

Batizada de Qdenga, a nova droga foi desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda que é uma promessa positiva no contexto epidemiológico dessa doença que provocou só em 2022, 1.016 mortes no Brasil. O produto estará disponível para administração subcutânea em esquema de duas doses, com intervalo de 3 meses entre as aplicações.

 

A vacina da Takeda é composta de versões atenuadas dos quatro diferentes sorotipos do vírus causador da dengue. Ao ser aplicada, o sistema imunológico identifica esses sorotipos enfraquecidos como estranhos, dando início à produção de anticorpos contra eles. Assim, quando o indivíduo for exposto ao vírus, o sistema imunológico vai reconhecê-lo e pode produzir mais anticorpos para neutralizar o agente infeccioso, antes que cause a dengue.

 

O estudo do imunizante foi realizado em mais de 28 mil crianças e adultos no total e preveniu 90,4% das hospitalizações 18 meses após a aplicação do esquema vacinal.
Já o valor de eficácia global da vacina atingiu o patamar de 80,2%, que é o resultado comparativo do resultado dos pacientes que receberam a vacina com aqueles que receberam placebo, para todos os 4 sorotipos, levando em consideração também casos de dengue identificados,seja em indivíduos soropositivos ou soronegativos.

A demonstração da eficácia da vacina Qdenga tem suporte principalmente nos resultados de um estudo de larga escala, estudo de fase 3, randomizado e controlado por placebo, conduzido em países endêmicos para dengue com o objetivo de avaliar a eficácia, segurança e imunogenicidade da vacina.

Segundo a ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia), por se tratar de um imunizante de vírus atenuado, ela é contraindicada para pessoas que fazem uso de imunossupressores. Geralmente, são indivíduos que têm doenças autoimunes e usam medicamentos que baixam a imunidade.

Sobre possíveis efeitos colaterais, foram relatados os mesmos, comumente relatados na aplicação de outras vacinas, que são: dor e vermelhidão no local da aplicação; dor de cabeça e muscular; mal-estar geral; fraqueza e febre. Ainda no ano passado, a Qdenga foi aprovada pela agência sanitária europeia, a EMA, que ressaltou que os efeitos colaterais são de gravidade leve a moderada e desaparecem em poucos dias.

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